domingo, 19 de julho de 2009

DESCENDENTES DO POETA

Seria necessário ter acesso ao texto na íntegra da carta (1938-1939) de Raúl Bingre do Amaral a Álvaro Fernandes, que aparece parcialmente transcrita no trabalho “O cisne do Vouga”, de Álvaro Fernandes(1939), e informa sobre a descendência do poeta (os grifos e as interrogações são nossos):

“Os filhos do poeta foram seis:
O Nuno Maria, que se ausentou para o Brasil, onde viveu muitos anos na cidade da Baia e onde conseguiu fortuna. O poeta julgou-o morto, causando-lhe grande alegria quando soube, por carta do próprio filho, que este não só era vivo, como tinha conseguido haveres. Finou-se no Brasil solteiro.

O António Francisco de Assis, que se dedicou à agricultura e que casou com uma mulher de nome Matilde. O António, que casou com a Matilde e teve os seguintes filhos: a Josefa, o Francisco Adelino, o José e o Augusto, que morreu pouco tempo depois de formado;

O Bartolomeu Maria Bingre, que morreu solteiro, formado em Leis pela Universidade de Coimbra, como consta da carta de formatura ainda hoje em poder do bisneto do poeta – Raúl Bingre de Sá. As dúvidas que tem havido sobre qual dos dois filhos do poeta foi formado, se o Nuno, se o Bartolomeu, ficam esclarecidas pelo documento irrecusável que é a carta de formatura datada de 3 de Agosto de 1826.

Francisco Lourenço de Assis Bingre, que possuía alguns estudos e era algo inteligente, exercendo, durante muitos anos, o magistério particular na vila de Mira.

E, finalmente duas filhas: a Perpétua Clara, que morreu de tenra idade e a Raimunda Mariana, que foi, durante a velhice do pai, a enfermeira desvelada e lhe assistiu aos últimos momentos. Todos os filhos morreram e foram sepultados na vila de Mira: excepção feita ao Nuno, como em outra altura explicamos.

(sobre os netos do poeta)
Destes nomes, alguns casaram e houveram filhos, como: a Raimunda, casada com Francisco Cardoso Sotomaior e que teve os seguintes filhos: o Pe. Francisco Cardoso Bingre, - que, com a esmola da sua missa, sustentava a mãi e o avô, e a quem o poeta ditou os últimos lampejos do seu estro,
- o Bartolomeu, a Maria, a Anita e o António, dos quais não há descendência;
e, por último, o Francisco de Assis Bingre, que tomou relações com Raimunda Távora, filha ilegítima de João Morais Sarmento da Cruz e sobrinha do sargento Clemente José de Morais, que, sendo acusado de «malhado», foi enforcado, decapitado e a cabeça arvorada em frente da casa materna. Lembrando este nome,ainda hoje há em Aveiro uma rua chamada do sargento Clemente José de Morais.
Esta Raimunda, que era afilhada do Poeta e de sua filha Raimunda, vivia juntamente com os padrinhos e, dos seus amores com o Francisco Lourenço de Assis Bingre, nasceram a Maria, a Ana, a Venância, a Alexandrina e o Bartolomeu.
Todos estes netos do Poeta têm descendência, excepto a Emília (?), ainda viva, e a Maria, falecida há muitos anos.

(sobre os bisnetos do poeta)
São em número de 10 os bisnetos do Poeta, assim distribuídos:
4 filhos da Ana, dos quais três falecidos;
2 filhos da Venância, ausentes no Brasil;
2 filhos da Alexandrina, um dos quais ausente no Brasil.
Todos estes bisnetos se dedicam às artes e à agricultura.
Há ainda, por último, dois netos, filhos do Bartolomeu de Morais Bingre, que foi professor primário, na vila de Mira durantes muitos anos,
o Augusto, que morreu há poucos anos, secretário de Finanças em Mira
e o Raul, antigo aluno do Seminário de Coimbra e actualmente escriturário da Câmara Municipal do Concelho de Mira.

(sobre os trinetos ou trisnetos do poeta)
Conhecidos, há 16 trinetos do Poeta, dos quais
4 filhos filhos do Augusto e cujos nomes são: Altino, médico em Serpins, Lousã; Sidónio, Maria Altina, e Carlos Alberto;
e seis filhos do Raul e cujos nomes são: Maria de Lourdes, Bartolomeu, Raul, Alírio, Licínio e Honória, já falecida ... “ [...]

*A mulher do Poeta morreu em Mira e está sepultada na igreja paroquial.
Foi devido à proteção que lhe dispensou o Dr. Francisco António de Rezende que o Poeta publicou o primeiro opúsculo de poesias.
O Poeta viveu sempre constrangido em Mira, como se depreende de seus sonetos.

Em tradição de família, atribui-se ao Poeta a paternidade dum grande jornalista conimbrieense, há muito falecido, cujo nome omitimos por melindres facilmente compreensíveis. Não há documentos que tal provem, mas os traços fisionômicos existentes entre ambos parecem confirmar a tradição.
O retrato do Poeta em poder do bisneto Raúl Bingre de Sá, é o mais exacto dos retratos até agora conhecidos, como foi confirmado, há já bastantes anos, pela Raimunda, afilhada e nora do Poeta” (FERNANDES, 1939, p. 304-306).

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